ele despertava os dois lados dela. irritante como ele fazia parecer ser bom ter o cabelo meticulosamente arrumado. ou como mereceria uma recompensa, quem assim o tivesse. inclusive ela. e ela odiava o fato de isso afetá-la.
odiava também as premissas de boa ventura. de boas intenções. de bons presságios. a aura cristanóide que o circundava. ria das vezes em que ele repudiava drogas e confessava, em vergonha, sua obsessão por doces. como se o pecado chegasse ao horizonte da cama.
era para a moça perfeita que ele escrevia e ligava no fim do dia. a moça de cabelo sedoso, comprido, penteado de lado. lustroso. a moça que sorria num aprumo desigual. dente lado de dente. era junto dela que fizera os votos de união estável e eterna.
no entanto, era sentado lado a lado da outra, dia após dia, que lhe invadia o cheiro do cabelo rebelde, assimétrico e esvoaçante. e previa nela o erro. sentia nela a droga que nunca ousou experimentar. e mesmo assim, como um garotinho inábil, tropeçava nas suas táticas. esbarrava nas suas línguas. teimava em fazer-lhe cócegas a cada dez minutos, num esforço custosamente desmedido para tocá-la, sem querer parecer querer. insistentemente.
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ResponderExcluirgostei muito da parte em que vc troca a terceira pessoa pela primeira.
ResponderExcluir-2
ResponderExcluironde?
ResponderExcluir=/
ResponderExcluircomo "onde"? vc nao viu? logo vc, Melancia?
ResponderExcluir;]
ResponderExcluirbeijo para você, seu sumido.