sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

de.passagem.pela.europa.inexistente.


eu estava defendendo um grupo de transexuais (ou as representando) em uma cidade cheia de praças abertas, desérticas, cujas estruturas lembravam uma espécie mista de parthenon-stonehenge iluminadas por luzes quentes. um homem as abordou e eu o confrontei. quando o homem foi embora, fomos para uma festa a céu aberto no meio das praças. não eram muitos os transeuntes-convidados. e entre um pilar e outro, eu te vi. você se aproximou de mim sem o peso que sempre nos permeou. então, disse-me que estava a passeio naquela cidade e me guiou, abraçando-me (não pela cintura, pelo ombro). passeamos a esmo por entre as colunas, sob aquela iluminação pontual e dura. por isso, havia claros e escuros em intervalos muito próximos. (agora que escrevo, lembro da minha primeira madrugada em málaga). num momento que eu não sei definir, houve um beijo. mas ele tinha a leveza de um casal de crianças fascinado pelo lugar e pela vida. (você sorria bastante, o que é curioso, pois quase não tenho memória sua sorrindo). só isso. um beijo. sem nenhum fardo. sem nenhum ônus de história.

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