eu atendo o celular rindo e desejando que você melhore do resfriado, mas por dentro odeio tudo. mas você não sabe. odeio esse quadrinho erótico que você está lendo. odeio a ilustradora. esqueço qualquer sororidade. mas você não sabe. odeio ela com força. porque ela captura seu olhar. e você tem um livro de 150 paginas pela frente e me manda as imagens dos quadrinhos de falta, de saudade, de sexo, de sofrimento. mas você não sabe. eu constrinjo o cenho porque a lágrima corre e isso repuxa minha pele áspera e a rasga, para que a pele nova que ainda não é capaz; é ingênua, nobre, bela (diferente da cratera da lua) surja sem querer surgir. mas você não sabe. que eu fiz isso na tentativa de recuperar minha auto estima. o absurdo. eu me queimei. queimadura literal. não sei ser vaidosa. mas eu me queimei. odeio você por me fazer ser assim. você me diz que volta sexta e que sábado trabalha e que domingo precisa fazer x e que segunda quer me ver. e quer almoçar. e quer ver um filme. eu sorrio e digo que adoraria. mas eu odeio tudo. você me faz mal. mas você não sabe.
mas mas-você-não-sabe não é sobre você não saber de todas essas coisas. mas-você-não-sabe é sobre você não saber se gosta de mim ainda. se me quer. se quer saber porque eu sei aquele samba de cor. mas eu não sou brasileira o suficiente pra você.
mas, moço: minha pele nova tá nascendo. se prepara.
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