terça-feira, 16 de julho de 2013

escrever.para.uma.mulher.


escrever para alguém é sempre uma monstruosidade. para uma mulher, então... fico olhando os videos que a diretora me mandou. tentando descobrir quem é essa pessoa. logo desisto. é possível saber mais de alguém pela sua obra, claro. mas conhecer, não. nunca.

penso que preciso só achar algo em comum com ela. ela me diz que quer falar de rituais de passagem, do tempo e de terceiros numa relação. eu penso: porra, eu falo disso! mas não acho conexão alguma. 

daí percebo que ela fala sobre a mesma coisa, porém os idiomas são distintos. as letras dela tem uma certa... leveza. o sangue é de anilina com maizena e água.

as minhas?  

não.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

duelo.


um amigo meu de faculdade, aparecia numa especie de sala de aula de jardim de infancia. eu estava ali esperando, sentada numa mini-cadeira. pela janela da sala, via-se o parque e os brinquedos. aparentemente todos da minha sala iam se formar. eu aguardava algum documento final a ser assinado. ele entrou pela sala quase vazia, assinou o que tinha que assinar (sem me olhar ali no canto) e ia saindo. mas antes disso, foi até minha cadeira, debruçou-se, cheirou meu pescoço, esfregou seu rosto no meu rosto e me entregou uma espécie de envelope. depois saiu. foi um misto estranho de surpresa e excitação. [ele é atraente, mas desde o primeiro ano do curso me tratara com distanciamento].

abri o envelope aturdida. eram fotos, imagens, desenhos, relatos, todos relacionados à infancia dele. afeto. eu me apaixonei perdidamente por ele naquele instante. avalanche. pergunto-me porque ele esperou cinco anos para me entregar tudo isso. logo no ultimo dia de aula/escola/faculdade. agora, não mais o verei. ou sei lá. aquilo tudo me parecia muito forte para deixar para lá. eu continuo me perguntando por que ele demorou tanto tempo. e estou presa nesse ciclo repetitivo. ele não está mais lá.

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entro na sala de aula de jardim de infancia. assino os papeis. estou formada. vou saindo e vejo uma menina ali no canto, numa cadeira pequena, quieta e resignada. aproximo-me dela e a reconheço. toco-a e entrego-lhe um envelope com as minhas memórias numa espécie de mensagem apaziguadora. ela está sozinha, mas vai ficar tudo bem. eu saio. ela fica. ela abre o envelope e encontra fotos, imagens, desenhos, relatos, todos relacionados à sua própria infância. indaga-se porque demorou tanto tempo para se aceitar. porque é tão difícil admirar-se. [ela é legal, mas desde o primeiro ano sentira-se à margem].

continuo me perguntando por que demorou tanto tempo. 

posso me mover que a menina vai continuar sentada lá.

sábado, 1 de junho de 2013

o.menino.vadio.



ganhei a segunda parte dessa música de presente. 

quem és tu?

quem é esse que passa dias sem se manifestar, madrugadas enterrado nas lentes objetivas do trabalho e então, de súbito, não dorme, tem febre, quebra o vidro e manda uma declaração? quem é esse que de repente, dorme acompanhado, e que sonha que não está ali, mas quando a amante levanta-se para vestir as botas, surpreende-lhe e a prende pelos braços, implorando para que fique? quem é esse que não lhe conta como foi o dia, trava suas pernas em meio as delas e não a deixa sair por dez horas seguidas e logo, lhe mete uma carta confidencial na bolsa contando detalhes escondidos pela rotina? quem é esse que insiste fervorosamente em dar prazer e depois, não sei, esquece que essa é uma ação feita por dois? quem é esse que fala no tom, sorri quando deve, faz-se sério também e que num ímpeto, roga misericórdia e suplica que lhe cuidem agora, nesse exato momento?

ai, todas essas fantasias. e as Fantasias.

já é tarde demais. estou atolada no mistério da tua identidade.

e tu não vais crescer da noite para o dia.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

fim.do.inverno.


Naquele instante, como se fosse um fogo silencioso, espalhou-se nele uma alegria intensa e penetrante como não sentia desde que fora ferido no ombro no combate a leste do Kineret, uma alegria impetuosa e insuportavelmente doce penetrando de minuto em minuto como um vinho forte e preciso cada célula do seu corpo, até a extremidade de seus nervos, com um agradável tremor nos joelhos, uma morna contração na garganta, uma onda ardente no peito, até que os olhos se encheram de lágrimas por causa da alergia, alergia de uma felicidade aguda, cortante, porque compreendera num instante para onde estava indo agora e onde o esperavam havia muito tempo, que lugar o aguardava, e por que levava seu equipamento militar e sua arma, e por que para o sul, além das montanhas e do deserto, lá, dizem as lendas, há um lugar de onde ninguém voltou vivo, e ele voltará vivo e ardente, vivo e ébrio de vitória e voará nas asas das águias para além do mar depois de voltar dessa jornada obrigatória que clama por ele desde o mais fundo da sua alma. Já havia muito tempo sentia ser sua missão ir sozinho, cruzar a fronteira, esgueirar-se das emboscadas inimigas, contornar os beduínos sequiosos de sangue, chegar a Petra e ver a rocha vermelha. E só depois disso sair para o grande mundo e conquistar cidades estranhas.

sábado, 25 de maio de 2013

wanessa.meu.amor.decida-se.

ou você não tá nem aí.



ou você não vive sem o cara.



quarta-feira, 22 de maio de 2013