terça-feira, 22 de outubro de 2013

o breu. o silêncio. a espera.





Eu posso engolir você só pra cuspir depois,
Minha forma é matéria que você não alcança
Desde o leite do peito de minha mãe, até o sem
Fim dos versos, versos, versos, que brota do
Poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita
Na palma da inspiração de caymmi, se choro, quando
Choro e minha lágrima cai é pra regar o capim que
Alimenta a vida, chorando eu refaço as nascentes
Que você secou.
Se desejo o meu desejo faz subir marés de sal e
Sortilégio, vivo de cara pra o vento na chuva e
Quero me molhar. o terço de fátima e o cordão de
Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina que qualquer brisa verga
Mas, nenhuma espada corta.


Magnífico.

domingo, 13 de outubro de 2013

um.cara.para.um.café.


depois que me mudei, fico explorando a região a procura de cafés e padarias que tenham uma mesa com as características perfeitas. espaços que sejam menores, menos povoados. que sirvam um bom café. que tenham uma meia-luz. achei alguns. hoje, em especial, encontrei meu favorito até agora.

fico pensando que ele não gostava de ir comigo a um café. ele não era muito fã de café, mas não era por isso. era porque depois de dez minutos na mesa, eu enveredava para algum assunto social. irritantemente. e nós podíamos concordar ou discordar, não importa. o que era insuportável mesmo era eu dialogando comigo mesma.

eu reconheço isso. e agora que as coisas, em parte ao menos, terminaram; não sei o que quero fazer com isso. não sei se quero mudar exatamente.

mas daí aparece o outro ele e esse outro quer ir ao café comigo. e me ouvir. mas agora, eu hesito. eu não quero que ele queira ouvir só porque ainda não sabe o quão insistente eu posso ser sobre um assunto. e se ele não sabe, não quero que tome tudo pela metade. 

ainda converso com o primeiro ele e as conversas são muito boas, porque meu intelecto não o intimida e porque ele sabe que vivo uma constante construção de um modo bem consciente.

o outro não sabe disso. acha que eu consulto as paginas da grande enciclopédia empoeirada que eu achei numa estante esquecida da biblioteca da escola de freiras quanto tinha dez anos e engoli sem ninguém ver.

ainda que eu vomite algumas letrinhas...