segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

roe.dor.





o corpo descompassado na rua deserta. a avenida principal em retiro. a noite preenche as quinas mal acabadas e os tijolos carcomidos. minhas ancas estão quase inteiramente coesas. percebo pelas batidas incessantes no pavimento. olho para a distância que me separa do farol. lá no fim, onde iria.

os ruídos de animais menores, transitando debaixo de mim, vazam pelos bueiros. a cidade escura me deixa estalando. alerta. sou esses roedores. trêmula, hesitante, incerta. mas uma coxa atropela a outra e o asfalto irregular me seduz. não sei ao certo qual mosaico quero molestar. nada está cimentado.

o vento quase lúdico faz a curva na minha nuca. então, na cintura descoberta. atiça-me a tombar. inspiro com força o úmido da origem. convidando-me à-ventura. não há buraco o bastante nessa cidade para impedir meu trânsito.

você. de novo, você.

você é minha noite em são paulo.

não há lei de outdoor que te leve essa mensagem.




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

ontologia.desse.blog.























ou.como.ultrapassar.as.fronteiras.(in)visíveis.

domingo, 13 de janeiro de 2013

só.uma.dúvida.


o que define a linha entre uma decisão adulta, madura e uma simplesmente covarde?

sério mesmo, diz aí. o que?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

sobre.a.incomparável.relevância.da.arte.moderna.



os.poderes.


eu poderia ser a menina bacana, educada, vestida elegante, que come com os três garfos, ri baixo e sorri discretamente ao comentário preconceituoso que seu tio faz. e assim o faria, facilmente. poderia ser a menina com opinião, sensata mas aplicada, vestida urbanamente, que conhece de cafés e já viajou. que no fim do mês fez outra tatuagem de bom gosto. eu poderia ser a santa, delicada, charmosa, à la boneca. sentada de pernas cruzadas e subindo as paredes do teu quarto à meia-noite. poderia ser a artista, imprevisível, sensível, nada boring, que ri com vontade e te apresenta a obras pouco conhecidas. eu poderia ser maternal, cuidadosa, te levar na roda-gigante, dizer o que é bom para você e acertar. poderia ser blasè, melancólica, conhecer de cigarros e saraus, tomar anti-depressivos, indiferente às conquistas minhas e alheias; usar a lingerie mais incrível do mundo, da sua cor favorita. poderia ser possessiva, grudenta, te conhecer muito e profundamente e com um olhar entender que aquele jantar está um lixo. te arrastaria para casa e...eu poderia ser teu porto seguro, onde você chega. para quem você liga ou manda emails às três da manhã. para quem você euforicamente mostra teu último trabalho. poderia ser animada, otimista, fã da cerveja e conversa de bar. usar vestidos rodados e gostar de mpb. eu poderia ser bruta, direta, honesta - uma árvore. ganhar presentes e resmungos da tua família. poderia ser misteriosa, observadora, deixar minhas opiniões no ar, usar roupas de corte reto e óculos, ler mais do que você. poderia ser livre, espontânea, te acordar de madrugada e te levar para a praia. recitar um poema, fazer um pacto de sangue. tirar tua roupa no acostamento da estrada. poderia ser atlética, tranquila. te manter disposto, fazer você gostar da vida, dos caules e dos narizes de pequenos animais. eu poderia ser vaidosa, cheirosa, um pouco manipuladora, mas extremamente atraente, com um senso de humor apurado. eu poderia ser workaholic, independente, segura, te convidar para um menàge. segurar você no colo quando chover no teu peito. eu também poderia ser romântica, acreditar na nossa relação, querer ter seu sobrenome, te perdoar por ser humano, celebrar nossas diferenças. eu poderia ser pragmática, determinada, não saber o que é uma crise; indomada. ser leal  a ti até meus ossos. e assim o faria sem dificuldade. até quando quisesse.

não me interessa quem você possa ser. 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

meu.primogênito.



maria.do.meu.coração.


meu nome é giulietta e eu presenteio meus amigos aniversariantes com cenas. algum problema?